Células Tronco: uma realidade acessível.
- Por: Dra. Carla Valente - Odontopediatra
- 5 de jun. de 2017
- 2 min de leitura

Pense na situação onde você pode reparar qualquer tecido ou órgão danificado, regenerando a partir de uma reserva de células do seu corpo. Certamente seria a terapia definitiva para muitas doenças, resultando em uma qualidade de vida muito melhor. Ficção? Não mais.
Com o desenvolvimento das pesquisas com células tronco, isso já está cada vez mais próximo, inclusive com pesquisas em fase teste em humanos e protocolos clínicos já aprovados.
As células-tronco adultas podem ser classificadas em dois grupos: hematopoiéticas e mesenquimais. As hematopoiéticas estão presentes no sangue e tem o potencial de se diferenciar em células de linhagem sanguínea (hemácias e leucócitos). Elas podem ser coletadas do cordão umbilical ou da medula óssea, e possuem capacidade de diferenciação apenas em células do sangue. Ainda não é possível expandir (ou multiplicar) essas células em laboratório, por isso, o número de células coletadas é o número que estará disponível para uma eventual terapia.
Já as células mesenquimais estão presentes nos tecidos sólidos do corpo (ou seja, tudo que não é sangue). Elas têm o nome de mesenquimais porque sua origem é o mesênquima, um dos tecidos presentes no embrião a partir da terceira semana de gestação. Células-tronco mesenquimais têm o potencial de originar tecidos sólidos, incluindo cartilagem, osso, gordura e músculo, entre outros. Os protocolos para isolamento e expansão são consolidados, sendo possível, portanto, aumentar em laboratório a quantidade de células disponíveis para uma eventual terapia. Se considerarmos que na dentição decídua temos 20 dentes, e nossos dentes ficam expostos em um local aberto ao meio externo (boca), podemos dizer que a obtenção de células dentais é de fácil acesso, não traumática e que temos numerosas oportunidades de coleta. Essas vantagens já foram percebidas pela comunidade científica e as pesquisas com células dentais para regeneração tecidual não só de órgãos dentais têm acontecido intensamente.
Assim, evidências científicas já demonstraram que células tronco de origem dental poderão no futuro, melhorar a qualidade de vida de pessoas portadoras de Alzheimer, auxiliar na regeneração neural e de retina, atuar positivamente no tratamento ortopédico, auxiliar o reparo cicatricial de patologias ou mesmo atuar na síntese de insulina para o tratamento de diabetes.
Fontes: Anuário 01 Odontopediatria Clínica e Rc Crio.
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