Meu bebê precisa de vitamina D ?
- Por: Dr.Marcus Vinicius Araujo Costa
- 30 de mar. de 2017
- 2 min de leitura
É muito comum a dúvida dos pais em relação à utilização de vitaminas em bebês, tais como a vitamina D, suplementos de ferro ou polivitamínicos. Estes medicamentos são amplamente utilizados, e sua indicação depende de uma série de fatores, como por exemplo o peso de nascimento, a idade gestacional e a alimentação do bebê.
Recentemente nos deparamos com uma grande divulgação da mídia em relação ao uso de vitamina D. A vitamina D é produzida na pele através da ação do sol (raios ultravioletas – UVB), e pode ser encontrado em alguns alimentos como óleo de fígado de peixe, peixes como sardinha, atum e salmão, gema de ovo e fígado. Bebês que mamam só leite materno e que não tenham exposição solar adequada, e bebês de pele escura, têm risco maior de desenvolver carência de vitamina D. Nestes casos, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda a suplementação nas seguintes doses:
- 7 dias até 12 meses de vida: 400 UI de vitamina D.
- 12 e 24 meses de vida: 600 UI de vitamina D.
Lembrando que as fórmulas infantis possuem aproximadamente 400 UI vitamina D por litro, enquanto que o leite materno cerca de 22 UI de vitamina D por litro apenas.
A exposição solar diária (sem filtro solar) considerada adequada para dispensar a suplementação de vitamina D depende da cor da pele, da época do ano, da área corporal exposta ao sol e da hora de exposição. Para se ter uma idéia, no verão, com exposição de face, mãos e braços, é necessário aproximadamente o seguinte tempo de exposição solar diária:
- 09 da manhã: 7,5 minutos (pele mais clara) a 15 minutos (pele mais escura)
- Meio dia: 3 minutos (pele mais clara) a 6 minutos (pele mais escura)
- 04 da tarde: 12 minutos (pele mais clara) a 24 minutos (pele mais escura)
Entretanto o Comitê de Dermatologia da Sociedade Mineira de Pediatria recomenda se evitar a exposição solar entre 10 e 16 horas. E o tempo exato é muito difícil de ser precisado, devido à variação na cor da pele dos bebês, e à variação da superfície corporal exposta ao sol no dia a dia.
Deve-se lembrar que no nosso meio temos alta incidência de raios UVB, e que a exposição a estes raios acelera o envelhecimento da pele e aumenta a incidência de câncer de pele a longo prazo. Em resumo, a suplementação de vitamina D deve ser individualizada, baseada na avaliação feita pelo pediatra nas consultas de controle, lembrando que para alguns bebês ela não será necessária.
Comments