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MEU FILHO SÓ FICA GRIPADO, SERÁ QUE ELE TEM BAIXA IMUNIDADE?


Quando nascemos nosso sistema imunológico ainda esta em formação. Sendo assim, crianças pequenas são susceptíveis a infecções sendo um dos maiores motivos de consulta médica nos primeiros anos de vida.

Geralmente, por volta de quatro a oito meses, quando há queda natural dos anticorpos adquiridos da mãe através da placenta, as crianças começam a ficar doentes, surgem primeiros picos febris, e os pais ficam sempre preocupados se estaria ocorrendo problema no sistema imunológico.

São fatores de risco para infecções de repetição além da imunodeficiência: a presença de irmãos mais velhos ou contato com crianças maiores, frequência a creches ou escolinhas, dieta inadequada, exposição a aglomerações e a fumaça de cigarro, presença de animais no domicílio, uso de chupeta, poluição atmosférica, etc.

Na prática 50% das crianças atendidas no consultório com queixa de baixa imunidade são crianças saudáveis, expostas a algum dos fatores citados. Outros 30% são crianças alérgicas, 10% portadoras de alguma patologia crônica e apenas 10% são imunodeficientes de fato.

Na maioria das vezes, chegando quase a 90% , os quadros de febre são benignos e geralmente o que ocorrem são as rinossinusites agudas. Geralmente são crianças com crescimento poderoestatural e desenvolvimento adequados. As rinossinusites são infecções das cavidades nasais e dos seios da face, que pode ter origem viral ou bacteriana. Mais conhecida também como “resfriado”, a rinossinusite viral (resfriado comum) é extremamente frequente até os sete anos de idade, podendo ocorrer 6 a 10 vezes ao ano, nesta faixa etária. Menos de 10% das infecções virais evoluem para uma rinossinusite aguda bacteriana.

Nos primeiros 2 ou 3 dias da rinossinusite viral aguda, os sintomas são obstrução nasal, dor de garganta, espirros, coriza clara e inapetência (falta de apetite), frequentemente associados com febre. Medicamentos podem ser úteis, nesta fase. Após o terceiro dia, a febre, a dor de garganta e a inapetência tendem a desaparecer, a secreção nasal fica mais espessa, podendo ficar verde ou amarela; a tosse e a obstrução nasal persistem.

Este quadro pode se estender por cerca de 10 dias, mas a criança vai melhorando progressivamente. Neste tipo de rinossinusite não adianta usar antibióticos, porque eles não agem contra os vírus. As lavagens nasais com soro fisiológico auxiliam a diminuir a obstrução nasal e a tosse decorrentes da secreção nasal.

Não é aconselhável fazer um RX na criança para diagnosticar a rinossinusite bacteriana. A radiografia só identifica que existe rinossinusite, mas não diz se ela é viral ou bacteriana.

Importante diferenciar também os quadros de resfriados comuns descritos acima da rinite alérgica, quadro em que criança apresenta coriza (corrimento nasal) persistente, coceira no nariz, muitas vezes congestão nasal e crises de espirros. Na suspeita de imunodeficiência observa-se padrões de crescimento e desenvolvimento insatisfatórios e, ao exame físico, algum sinal de comprometimento imunológico pode sobressair, como a ausência de amígdalas ou linfonodos no comprometimento dos tecidos linfoides. Foram estabelecidos alguns sinais de alerta que podem indicar a investigação de imunodeficiência nas crianças.

Os 10 Sinais de Alerta para Imunodeficiência Primária na criança:

  1. Duas ou mais pneumonias no último ano;

  2. Quatro ou mais otites no último ano;

  3. Estomatites de repetição ou Monilíase por mais de dois meses;

  4. Abscessos de repetição ou ectima;

  5. Um episódio de infecção sistêmica grave (meningite, osteoartrite, septicemia);

  6. Infecções intestinais de repetição/diarréia crônica;

  7. Asma grave, Doença do colágeno ou doença autoimune;

  8. Efeito adverso ao BCG e/ou infecção por Micobactéria;

  9. Fenótico clínico sugestivo se síndrome associada à imunodeficiência;

  10. História familiar de imunodeficiência.


É fundamental diferenciar a influência de fatores ambientais causando infecções de repetição em crianças saudáveis das imunodeficiências de fato (raras) e dos quadros alérgicos, como a rinite. A maioria são infecções decorrentes de exposição precoce a creches e aglomerações em geral e maior suscetibilidade a infecções decorrente da imaturidade do sistema imune.

As crianças com infecções repetidas devem ser acompanhadas pelo pediatra e caso haja necessidade, as crianças deverão ser encaminhadas ao especialista (Alergista e Imunologista Pediátrico) para investigação.


Fonte: FMUSP/ SBP/BRAGID


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